Os profissionais terceirizados têm 5,5 vezes mais
chance de morrer em um acidente de trabalho do que os efetivos no setor do
petróleo. Segundo informações da Federação Única dos Petroleiros - FUP, entre
2012 e 2003, foram registrados 110 óbitos de terceiros contra 20 mortes de
funcionários da Petrobras.
Especialistas dizem que a relação entre
terceirização e acidentes de trabalho é alta porque, em geral, os terceiros não
recebem capacitação e Equipamentos de Proteção Individual - EPIs, além de serem
submetidos a jornadas mais exaustivas e a remunerações inferiores.
Os problemas não atingem apenas os petroleiros. O
Relatório de Estatísticas de Acidentes do Setor Elétrico Brasileiro, produzido
pela Fundação COGE, aponta que os terceirizados morrem 5,6 vezes mais do que os
efetivos que prestam serviços para distribuidores, geradoras e transmissoras de
energia.
De acordo com o levantamento, 56 trabalhadores
diretos morreram em acidente de trabalho do setor elétrico entre 2007 e 2011.
De outro lado, foram registrados 315 óbitos envolvendo terceirizados no mesmo
período.
Segundo o Ministério do Trabalho
e Emprego - MTE, os registros oficiais de acidentes
do trabalho não incluem a caracterização da empresa da vítima como terceirizada
ou não. Porém, o órgão destaca que a experiência nas fiscalizações e a análise
de acidentes do trabalho feitas pelos Auditores-Fiscais do Trabalho revelam que
os acidentes são mais frequentes entre os empregados terceirizados.
Para o MTE, duas podem ser as explicações para esses
números: a gestão menos rigorosa dos riscos ocupacionais nas empresas
terceirizadas e o fato de que as tarefas por eles exercidas são, em geral, as
que envolvem mais riscos ocupacionais. Esse tipo de problema, afirma o MTE, tem
sido observado principalmente nas áreas de construção civil, transportes de
cargas e no setor elétrico. O Ministério não informou o número de trabalhadores
terceirizados em todo o país.
Combate à terceirização
A terceirização no Brasil está na mira das
entidades sindicais. No dia 11 de junho, a Central Única dos
Trabalhadores - CUT e as demais centrais sindicais do país realizaram um dia de
mobilização em Brasília contra o Projeto de Lei nº 4.330/2204, que amplia a
terceirização e escancara a precarização do trabalho no Brasil.
Naquela ocasião, os sindicalistas protestaram na
Câmara e um acordo de líderes impediu que o relatório do deputado Arthur Maia
(PMDB/BA) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania - CCJC fosse
votado.
Fonte: SINAIT (Sindicato Nacional dos Auditores
Fiscais do Trabalho)
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