A ideia é que a cartilha
sirva de ferramenta de consulta para os trabalhadores do setor e que também
ajude a combater a precarização do trabalho.
A Confederação Nacional dos
Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) lançou nesta
segunda-feira (24), em São Paulo, uma cartilha de bolso que pretende ajudar o
trabalhador do setor frigorífico a entender seus direitos e cobrar melhores
condições de trabalho. A Cartilha dos Trabalhadores do Setor Frigorífico tem
208 páginas e será distribuída, em um primeiro momento, aos sindicatos, que a
encaminharão a seus filiados.
A cartilha aborda as novas
condições de trabalho nas empresas de abate e processamento de carnes e
derivados do país estabelecidas por meio da Norma Regulamentadora 36, publicada
no Diário Oficial em 19 de abril deste ano. A norma é composta por mais de 200
itens e foi elaborada de forma tripartite, com participação do governo,
empresas e sindicatos dos trabalhadores.
Além do lançamento da
cartilha, a entidade divulgou hoje uma pesquisa feita pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que traça um
perfil dos trabalhadores da indústria da carne no país com base em informações
da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2011, do Ministério do
Trabalho e Emprego.
O levantamento indicou que o
número de trabalhadores na indústria da carne era, em 2011, de 413.540, com
remuneração média de R$ 1.176,41, considerando-se apenas os trabalhadores
formais. De acordo com Fernando Amorim, economista do Dieese, a pesquisa,
constatou, por exemplo, “que homens e mulheres não ganham a mesma coisa e que
os trabalhadores do Nordeste ganham menos que os colegas do Sudeste”.
“Cerca de 71% [dos
trabalhadores do setor] estão nas regiões Sul e Sudeste, onde estão também as
maiores remunerações”, disse Amorim. Outro dado da pesquisa indica que 59% do
total de trabalhadores do setor são homens e 41% mulheres. “Mas a remuneração
das mulheres atinge 73% da remuneração dos homens, em média. Não se pode mais
aceitar que uma mulher ganhe menos que um homem fazendo a mesma função”, disse
o economista.
Fonte: http://www.otempo.com.br/
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