Luiz Antônio de Medeiros,
superintendente regional do Ministério do Trabalho em São Paulo, recuou em sua
declaração dada ao jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira. Ele disse que se
não fosse pela Copa do Mundo, as irregularidades encontradas poderiam impedir a
continuidade das obras do estádio Itaquerão.
“Estamos fazendo de conta
que não vemos algumas coisas irregulares”. No entanto hoje, ele voltou atrás e
ressaltou que deu apenas uma opinião com base nos trabalhos dos fiscais.
De qualquer forma, os
técnicos do Ministério do Trabalho e Emprego junto com a empresa Fast
Engenharia decidiram interditar até a segunda-feira os trabalhos no setor de
arquibancadas provisórias, aonde aconteceu o acidente que vitimou o operário
Fábio Hamilton da Cruz, de 23 anos, que caiu de uma altura de oito metros.
Fábio era funcionário de uma
empresa contratada pela Fast Engenharia, companhia terceirizada que prestava
serviço para a Ambev, encarregada da montagem das arquibancadas móveis.
Vale lembrar que faltam
apenas 12 dias para expirar o prazo dado pela Fifa para entrega o estádio.
Em acordo estabelecido no
final da manhã de hoje ficou definido que a Fast Engenharia tomará todas as
medidas para reforçar a segurança do trabalhador na prevenção de acidentes.
Entre elas estão: instalação de um guarda-corpo, a extensão dos cabos
longitudinais e a instalação de bandejas de segurança ou redes de proteção.
Para o superintendente
regional do Ministério do Trabalho em São Paulo, Luiz Antônio de Medeiros, a
conversa com os responsáveis pela empresa resultou em um bom avanço, já que a
empresa se comprometeu “a incrementar as normas de segurança”.
Medeiros disse que ainda não
se definiu um prazo para a retomada das obras, mas considerou improvável isso
ocorrer antes de segunda-feira.
“Podemos não olhar para
outras coisas, mas a segurança da vida é sagrada”, afirmou Medeiros. Ele negou
que haja pressões para abrir mão da segurança da vida em troca da agilização do
término do estádio.
O chefe da fiscalização do
ministério, Marco Antônio Belchior, informou que, desde o início da construção
do Itaquerão já foram feitas sete inspeções e emitidos 19 autos de infração –
os problemas mais frequentes foram relativos a excesso de jornada de trabalho.
Segundo Belchior, os casos ainda estão sob investigação.
O advogado da Fast
Engenharia, David Rechulski, disse que, embora lamente o acidente seguido de
morte, “a empresa não se sente responsável no sentido de ter falhado ou de não
ter provido o local com a segurança necessária”.
Rechulski garantiu que a
empresa vem adotando medidas para aumentar a segurança dos funcionários e se
esforçando para não prejudicar o cronograma das obras. De acordo com o
advogado, quando ocorreu o último acidente, já tinham sido colocadas 550 placas
nos pisos, faltando apenas oito para o término dessa etapa dos trabalhos.
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