Você chega na empresa e lá
vem o trabalhador se queixar que está sem luvas. De imediato você informa:
“olha, o compras atrasou o pedido e o fornecedor acabou não entregando as
luvas, mas acho que amanhã está aqui”. Mas precisamos tomar bastante cuidado com
as informações. Primeiro devemos lembrar que o problema não foi do setor de
compras, mas sim da empresa e é sempre bom ter em mente que você faz parte
dela. Segundo, apesar de ser muito fácil passar a culpa para os outros é
preciso verificar se não contribuímos para a situação.
Como assim, professor?
Passei o pedido na semana passada e eles é que não compraram!
Ok, pode ser assim, mas
vamos ver o que é possível fazer para que isto não ocorra de novo e que o
trabalhador, e consequentemente a empresa, não venham a ser prejudicados. Nosso
primeiro passo é ter o levantamento do consumo mensal, ou seja, você sabe
quantas luvas são utilizadas em média no mês ou apenas faz o pedido quando está
acabando? Quando você tem este controle e sabe quanto tempo em média demora
para que o setor de compras consiga entregar um pedido fica mais fácil de
estabelecer um estoque mínimo, o qual servirá de critério para que seja feita
nova solicitação. Além disso, é importante especificarmos adequadamente o EPI
solicitado, desta forma o Compras tem como fazer um pedido com menor
probabilidade de erro.
Caso seja possível, até
fazer o levantamento com alguns fornecedores e já entregar os custos para o
Compras, tenho certeza de que os atrasos diminuirão ou até irão cessar. Ahhh,
professor, o senhor já está querendo muito. Tenho mais o que fazer e este
serviço não é meu! Entendo o seu argumento, mas tente pensar em um time de
futebol, se a zaga é mais fraca o pessoal do meio de campo ou os laterais não
vão tanto para o ataque para dar um suporte. E é sempre bom lembrar que o nosso
trabalho é manter a segurança dos trabalhadores e no caso de um acidente, tenho
certeza de que o primeiro a ser chamado não será o setor de Compras e no final
das contas, a culpa será da empresa da qual eu também faço parte.
Autor: Mário Sobral Jr –
Engenheiro de Segurança do Trabalho.
Fonte: Jornal Segurito
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