Faz tempo que escuto
empresas reclamando do paternalismo da Justiça trabalhista, mas depois que
começaram a aparecer meus primeiros fios de cabelos brancos, comecei a perceber
que em geral é uma adoção forçada.
Na relação
empregado/empregador deve estar claro a fragilidade do empregado e como
consequência tem ao seu lado da balança o direito da dúvida. Já o empregador tem
a obrigação de comprovar a sua condição.
Porém é exatamente neste
ponto que muita empresa acaba falhando. Vamos pensar um pouco sobre o assunto. Você
acredita que se uma empresa estiver solidamente documentada há alguma possibilidade
de a Justiça pender a favor do trabalhador? Não consigo pensar em outra
resposta, além de um sonoro “não”.
Infelizmente na área de
saúde e segurança do trabalho registros incompletos ou inexistentes são
frequentes. Vejamos alguns exemplos: falta da cautela de EPIs, avaliações
ambientais incompletas, laudos inexistentes, treinamentos sem registros, falhas
nas inspeções e muito mais.
Ou seja, uma verdadeira
“lambança” documental que covardemente tenta responsabilizar a Justiça
chamando-a de paternalista, quando na verdade a empresa é que está sendo uma
mãe para aqueles trabalhadores que acionam judicialmente o empregador.
Para cortar todos estes
“vínculos familiares” o profissional de segurança do trabalho precisa estar
consciente da importância de uma atenta gestão documental. Desta forma o
trabalhador que agir de má fé não conseguirá um pai nem com exame de DNA no
Programa do Ratinho.
Fonte: Jornal Segurito
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