O desabamento que matou dez
operários numa obra encomendada pela rede Torra Torra, em São Mateus, na zona
leste de São Paulo, se soma às milhares de mortes de trabalhadores que
acontecem todos os anos no Brasil.
Essa triste estatística se
perpetua porque a irresponsabilidade dos gestores públicos (de repente, ninguém
tem culpa), dos engenheiros, arquitetos e da empresa que encomendou a obra
reforça, junto à opinião pública, a indiferença para com a vida dos
trabalhadores.
Enquanto continuar a morrer
operário, migrantes que saem de suas terras para ajudar a construir o Brasil,
as notícias até chegam às primeiras páginas, até viram reportagens humanas e
emocionantes no Fantástico. Mas é só.
A matança de trabalhadores
continuará porque os gestores públicos, prefeitos, fiscais, engenheiros e
arquitetos responsáveis pelas obras, assim como governadores e altos escalões
do poder executivo federal, o Poder Judiciário e o Ministério Público do
Trabalho não estão nem aí.
Vivemos uma guerra constante
com mortes de trabalhadores que superam as mortes dos soldados norte-americanos
na Guerra do Vietnã, entre 1964, quando entraram, e 1975, quando os americanos
saíram derrotados do conflito. Nos 11 anos da participação dos EUA na guerra,
morreram 58.193 norte-americanos.
No Brasil, em 11 anos,
estima-se que morram perto de 30 mil operários, enquanto trabalham para gerar
riquezas para nossa Nação.
Trabalhadores que deixam
para trás famílias inteiras que dependiam daquele salário e que tinham a
esperança de ver seus filhos, maridos e pais voltarem para suas casas ou suas
terras para continuarem a convivência familiar.
Fonte: www.redebomdia.com.br
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