quinta-feira, 28 de agosto de 2014

IMPLANTAÇÃO DA NR 20 EVITA ACIDENTES NOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS

“Trabalho não é lugar para morrer”. A afirmação foi feita pelo Chefe da seção de Segurança e Saúde do Trabalhador da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio de Janeiro(SRTE-RJ), Narciso Guedes, na abertura do VII Seminário de Adequação da Agenda do Trabalho Decente da Organização Internacional do Trabalho(OIT), Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis. O evento entrou na pauta da SRTE-RJ a pedido do presidente do SINPOSPETRO-RJ, Eusébio Pinto Neto.


Na abertura do seminário, Narciso Guedes destacou que o número de mortos por acidentes de trabalho no Brasil é vergonhoso e que o Ministério do Trabalho e Emprego tem dificuldades para adequar a Agenda do Trabalho Decente em vários setores econômicos. O evento, realizado nesta terça-feira(26), no auditório do Tribunal Regional do Trabalho, teve por objetivo debater a implantação da NR 20 nos postos de combustíveis.

A norma regulamentadora foi criada através da portaria 3214 de 8 de junho de 1978 e só passou por mudanças em 2012 por causa da Convenção 174 da OIT, que trata de prevenção de acidentes, e das pressões dos sindicalistas. Antes da NR 20 não havia nenhum instrumento para verificar o risco de contaminação por produtos tóxicos e prevenir acidentes em postos de combustíveis.

No Rio de Janeiro, os postos de combustíveis, com Convenção Coletiva ou Acordos Individual assinados com o SINPOSPETRO-RJ, têm até janeiro de 2016 para implantar a NR 20.

A boa aplicação da NR 20 evita acidentes nos postos de combustíveis e garante a segurança e a saúde de todos. A norma faz uma análise de risco que facilita a identificação dos problemas. Para funcionar, o posto de combustível precisa possuir documentação de classificação de instalação ( o local), dos equipamentos e da capacitação dos funcionários.

Para implantar a NR 20 os postos são obrigados a capacitar todos os seus funcionários com aulas teóricas e práticas. O trabalhador é peça fundamental nesse processo porque conhece os problemas do dia a dia no posto. A observação do trabalhador é importante na implementação da análise de risco. E as quais riscos os trabalhadores estão expostos?

Os trabalhadores dos postos correm riscos de acidentes (como incêndios e explosões) e de saúde (exposição à produtos químicos). O benzeno, o tolueno e o xileno, produtos que compõem a gasolina são altamente tóxicos, cancerígenos e dependendo das condições podem sofrer alterações e se tornarem mais agressivos. O curso de capacitação da NR 20 visa alertar e auxiliar o trabalhador sobre a toxidade dos combustíveis. O frentista, que recebe noções básicas sobre os produtos, tem mais chance de se proteger de acidentes e de intoxicação.

A Agenda do Trabalho Decente sobre a NR 20 tem por objetivo evitar os riscos. Segundo o médico do trabalho, Augusto Linhares Pinto, o benzeno é uma invenção do ser humano, por isso fica impossível especificar o nível de segurança. Ele diz que o produto causa câncer e quanto maior o contato pior. Ao palestrar sobre as doenças ocupacionais provocadas pelo trabalho com combustível inflamável, Linhares usou por base a pesquisa da OIT que mostra que morre mais gente no trabalho do que lutando na guerra.


O médico frisou que o benzeno provoca alterações no sangue e no cérebro porque se alimenta da gordura presente na medula óssea e nos neurônios. Augusto Pinto afirma que o benzenismo não é fácil de diagnosticar. “Para   diagnosticar a doença é fundamental saber o histórico clinico do paciente(trabalhador) e a rotatividade da mão de obra no posto acaba dificultando essa investigação. É preciso verificar todo o ambiente de trabalho ”-completa.

Pesquisas recentes comprovam, que além da dor de cabeça, náusea, vômito, tontura, depressão no sistema nervoso central, irritação nos olhos, na mucosa da garganta, fígado e rim, a intoxicação por produtos químicos podem provocar também surdez no trabalhador de posto de combustível.  O processo de surdez se agrava ainda mais por conta do local de trabalho. Os postos ficam próximos às ruas, onde o trabalhador fica exposto a todo tipo de ruído.

Os engenheiros químicos Fernando Vieira Sobrinho, da FUNDACENTRO e Roque Mion, do Ministério do Trabalho no Rio Grande do Sul falaram sobre a importância da implantação da NR 20 para evitar acidentes e explicaram a legislação da norma. O Dr João Apolinário, da FUNDACENTRO, abriu os debates com a palestra sobre Análise dos Riscos Químicos nos Postos de Abastecimento e a médica do trabalho Jussara Souza, representando o INSS também falou sobre doenças ocupacionais.

Também participaram do seminário Leonardo Santigo, coordenador de segurança do trabalho, do Tribunal Regional do Trabalho do Rio; o diretor Executivo da FUNDACENTRO, Renato Ludwig de Souza e Gisele Guimarães Daflon, superintendente substituta da SRTE-RJ.

Todos os diretores do SINPOSPETRO-RJ participaram do evento. Também estavam presentes representantes do SINPOSPETRO-CAMPOS( sindicato dos Trabalhadores de Postos de Campos e Região, do SINDICOMB( Sindicato Patronal do município do Rio)  e do SINDESTADO( Sindicato Patronal do Estado do Rio). Assessoria de Imprensa Sinpospetro-RJ


Fonte: Sinpospetro - RJ

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