Muita gente deixa seu senso de segurança na
empresa, quando volta para casa. É como se fosse mais uma vestimenta ou um EPI,
que fica na empresa, mas não é levado para casa.
Na empresa, toma muitos cuidados, usa todos os
EPIs, obedece as regras. Mas quando sai... esquece que a vida real, lá fora,
tem os mesmos (e talvez até mais) riscos que os que existem na empresa. Não
apenas isso, todo o cuidado que existe, no trânsito interno de veículos dentro
da empresa, parece desaparecer fora.
Você usaria o seu cinto de segurança, se tivesse
certeza de que ninguém verificaria? EPIs, na sua casa? Óculos de segurança para
usar uma furadeira? Cuidados nos trabalhoselétricos? Abriria o disjuntor,
usaria ferramentas adequadas, isoladas...? Verificaria o aterramento (você faz
o aterramento de chuveiros, da máquina de lavar roupa, da máquina de lavar
pratos, da torneira elétrica... como pede para que todos façam na empresa)?
Por que as pessoas “desligam” a segurança quando
vão para casa? Onde fica então a percepção de riscos? São riscos diferentes, ou
não existem? Não são tão importantes?
O que estou provocando é muito simples: Quando a segurança
que exibimos depende de sermos supervisionados, isso é apenas um comportamento
dependente. O que desejamos é um comportamento independente, consciente,
baseado na percepção de riscos, e que vai existir sejamos supervisionados ou
não. É um comportamento para mim, não para os outros, e que eu julgo necessário
porque existe um risco e deve ser adequadamente gerenciado.
A ideia é simples: o que pode acontecer, vai acontecer.
Se não admitirmos isso, não tomaremos nenhuma medida. E às vezes pior, vai
acontecer nas piores circunstâncias e quando não estivermos realmente
preparados. É a Lei de Murphy, que não é piada, e que, em última análise, trata
do conceito de se acreditar no potencial de um risco.
Onde você se encaixa???
Por: Mário Fantazzini – Engenheiro de Segurança do
Trabalho
Fonte: Jornal Segurito
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