A deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) fez a defesa pública da reestruturação do Ministério do Trabalho e Emprego como forma de coibir tais ocorrências.
Da
tribuna, a parlamentar reforçou a campanha deflagrada pelo Fórum Sindical e
Popular de Saúde e Segurança do Trabalho de Minas Gerais voltada ao trabalho
digno, à vida e a efetividade do papel da pasta. “Precisamos resgatar o papel
do Ministério do Trabalho e Emprego”, defendeu ao pontuar “a necessidade de
dotar a pasta de recursos orçamentários e financeiros, de estrutura física e de
pessoal para tornar real a Política Nacional de Segurança do Trabalho”.
Discurso
Eis
a íntegra do pronunciamento da deputada federal Jô Moraes:
“Senhor
presidente, senhoras e senhores deputados,
Venho
aqui como uma caixa de ressonância das demandas dos trabalhadores deste País
para reforçar a campanha deflagrada pelo Fórum Sindical e Popular de Saúde e
Segurança do Trabalho de Minas Gerais. Trata-se de uma campanha em defesa do
Ministério do Trabalho e Emprego. Uma campanha pela vida e pelo trabalho digno,
que temos de reforçar e atuar efetivamente para viabilizar suas metas.
Porque,
embora sejamos a sexta economia do mundo, também exibimos um dado alarmante e
vergonhoso: estamos no quarto lugar no ranking da mortalidade em decorrência de
acidentes do trabalho. Diariamente, cerca de 30 trabalhadores sofrem acidentes
em sua atividade laboral e oito morrem em decorrência destes acidentes.
Segundo
levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e confirmado pelo
Anuário Estatístico da Previdência Social de 2012, no Brasil, 2.731 pessoas
morreram e 14.755 ficaram incapacitadas permanentemente em razão de acidentes
de trabalho. Naquele ano foram 705 mil vítimas de acidentes do trabalho no
País. A maioria, pessoas jovens, em plena fase economicamente produtiva. 31%
delas na faixa etária dos 29 anos.
Senhoras,
senhores, em 2012, nos informa o Fórum Sindical e Popular, o Brasil tinha 47
milhões, 587 mil e 712 trabalhadores formalizados. Para fiscalizar as
empresas e as relações de trabalho destes milhões de trabalhadores, atuavam
apenas 2.719 auditores fiscais do trabalho. De lá para cá a situação
piorou ainda mais, em razão de aposentadorias, e de auditores perto de se
aposentar, restando apenas cerca de 2 mil profissionais na ativa. E pior: o
contingente de empregados formais e na ilegalidade só aumenta.
Na
verdade, esta é apenas uma parte do problema, porque há muito o Ministério do
Trabalho e Emprego carece de recursos orçamentários e financeiros, de estrutura
física e de pessoal para de fato e com a eficiência e efetividade necessárias
tornar real a Política Nacional de Segurança do Trabalho – a fiscalização nas
duas pontas do processo, garantindo os direitos fundamentais dos trabalhadores
deste País, de suas famílias e da população em geral, assim como pleno e
efetivo o funcionamento das empresas.
Nosso
desafio – e para isto conclamo meus pares para tal investida – é resgatar o
papel desta importante pasta. É preciso promover concursos públicos para
auditores fiscais do trabalho nas áreas de saúde e segurança do trabalhador,
para servidores administrativos, paras as gerências regionais e as
superintendências regionais do Emprego e do Trabalho, como bem demanda o Fórum
Sindical e Popular.
Era
isso, Senhor presidente. Muito obrigada.
Jô
Moraes – deputada federal PCdoB/MG.”
Foto:Lúcio Bernardo Júnior
Fonte: http://www.jomoraes.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário ou dúvida, que entraremos em contato!