quinta-feira, 8 de maio de 2014

MAS NÃO PRECISA NEM PENSAR



Por uma questão didática fazemos várias divisões da Ergonomia, uma destas é a divisão entre Ergonomia Cognitiva e Ergonomia Física. No entanto, quando avaliamos um posto de trabalho não encontramos esta divisão, no máximo vamos ter posto de trabalho com maior ênfase na questão física ou maior ênfase na mental.

Ahhh Professor tem serviço que nem precisa pensar para fazer!

Ok, meu filho, então vamos a um exemplo. Imagine uma trabalhadora de uma linha de produção que insere um determinado componente em uma placa eletrônica, aparentemente bem simples e sem nenhuma carga mental que devesse ser levada em consideração na nossa análise ergonômica.

Pois bem esta trabalhadora irá pegar o componente e precisará avaliá-lo rapidamente para verificar se não há falha na peça, ou seja, irá receber uma informação, identificar e interpretar esta informação, elaborar possíveis respostas a esta informação, escolher a ação mais adequada e por fim realizar a ação. Sem esquecer que isto tudo esta sendo realizado com a esteira em movimento. E olha que eu falei em um só componente e apenas uma análise.

Em paralelo o ambiente pode ser ruidoso e um pouco quente, o que talvez não vá lhe deixar doente, mas pode lhe tirar a concentração para a sua tarefa. Além disso, ontem esta trabalhadora discutiu com a colega de trabalho que fica bem ao seu lado e o seu chefe vive lhe pressionando em função dela estar tendo dificuldade de alcançar sua meta diária de produção. Para completar, sua cadeira está com o encosto quebrado e almofada do assento está bem gasta.

Acho que deve ter ficado claro que todos estes fatores irão influenciar na carga de trabalho.

Mas é claro que a capacidade de resposta da nossa trabalhadora a esta situação vai depender de fatores pessoais como idade, grau de saúde, nível de experiência na tarefa e além de outros fatores, de sua própria personalidade. Mas também não podemos esquecer de fatores externos ao trabalho, como doenças não relacionadas ao trabalho e problemas financeiros ou familiares.

Concluindo, para qualquer que seja a atividade teremos problemas relacionados a hoje ainda pouco conhecida Ergonomia Cognitiva que cada vez mais precisaremos dar mais atenção.

Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Fonte: Jornal Segurito

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