sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS ESTÃO NA MIRA DO SETOR DE EXTINTORES



Do Antigo Egito, que tinha sistemas precários de combate a incêndio, passando pela Roma Antiga, que instituiu algumas das primeiras brigadas, diversas soluções foram encontradas para debelar o fogo.  A corrente humana formada para facilitar a chegada de baldes de água às chamas foi uma precursora de sistemas bem mais complexos e eficientes que surgiram mais tarde. Atualmente, a água é apenas uma das alternativas entre os diversos agentes extintores.

Químicas, sólidas, líquidas ou gasosas, as substâncias que combatem incêndios podem ser alocadas em aparelhos portáteis de utilização imediata (extintores), conjuntos hidráulicos (hidrantes) e dispositivos especiais (sprinklers e sistemas fixos de CO2). Além de inovações tecnológicas, o setor busca a sustentabilidade com agentes limpos, uma das principais preocupações desde o banimento do halon - danoso à camada de ozônio - com o Protocolo de Montreal, que entrou em vigor em 1989.

Os egípcios foram pioneiros no combate ao incêndio, mas não criaram as melhores estratégias para vencê-lo. Descobriu-se mais tarde que cada situação de fogo exige um tipo diferente de agente extintor. O Brasil tem cerca de 200 mil incêndios por ano. Mas nem todos são iguais - nem podem ser tratados da mesma maneira. Esta estimativa do CB 24 (Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio) engloba todos os tipos de locais, como florestas, indústrias, veículos, unidades comerciais e escolas, cada um com suas peculiaridades. "A escolha dos equipamentos deverá, sempre que possível, ser determinada por um especialista", afirma Guay Coelho, gerente de Expansão da Sprink Segurança Contra Incêndio, do Rio de Janeiro/RJ.

O agente extintor mais apropriado para cada tipo de incêndio depende do material que está em combustão e seu local de propagação, afinal o uso de substância inadequada pode incrementar o fogo, destruir o equipamento que se buscava proteger ou colocar em risco a saúde e a segurança de seu operador. Há diversas classes de incêndio: A - sólidos, como madeira e papel, para os quais se usa água; B - Líquidos e gases inflamáveis, para os quais se usa pó químico ou CO2; C - Equipamentos elétricos, para os quais se usa pó químico ou CO2; D - metais combustíveis, para os quais se usa pó químico especial; K - óleos e gorduras, para os quais se usa pó químico especial.

De acordo com Oswaldo Cren, consultor técnico em Sistemas contra Incêndio e diretor da Sigla Sistemas Contra Incêndio, de Campinas/SP, pode-se classificar os agentes extintores em dois segmentos. O primeiro é o dos sistemas fixos, que atuam automaticamente ou manualmente, descarregando todo o agente projetado em uma determinada área. Geralmente, estes sistemas operam de forma independente, com um dispositivo de campo (sensores, detectores e bulbos) que detecta o princípio de fogo por temperatura, calor, fumaça, chama, e envia mensagem para um painel, uma válvula solenoide, uma válvula hidráulica ou outro recurso que libera a descarga total do agente extintor no ambiente a ser protegido. Nos sistemas portáteis ou manuais, por outro lado, necessita-se de um operador. Assim se classificam extintores de incêndio, extintores sobre rodas e veículos de combate a incêndio.

Hoje, alguns dos agentes mais utilizados no Brasil, segundo Cren, podem ser divididos assim: FM-200 (agente limpo, classes A, B e C, sistema fixo), Novec 1230 (agente limpo, classes A, B e C, sistema fixo), INERGEN (agente limpo, classes A, B e C, sistema fixo), FE 36 (agente limpo, classes A, B e C, sistema fixo ou portátil), Gás carbônico (classes B e C, sistema fixo ou portátil), Pó químico seco à base de bicarbonato de sódio (classes B e C, sistema fixo ou portátil), Pó químico seco à base de bicarbonato de potássio (classes B e C, sistema fixo ou portátil), Pó químico seco à base de fosfato monoamônio (classes A, B e C, sistema fixo ou portátil), Pó químico especial (classe D, sistema fixo ou portátil), Espuma AFFF (Aqueous Film Forming Foams, classe B, sistema fixo ou portátil), Espuma AFFF-AR (Alcohol-Resistant Aqueous Film Forming Foams, classe B, sistema fixo ou portátil), Espuma FFFP (Film Forming Fluoroprotein, classe B, sistema fixo), Agente APW (Air Pressurized Water, classe K, sistema fixo ou portátil), Agente umectante (classe A, sistema portátil) e Água (classe A, sistema fixo ou portátil).

Mercado
Para Aparecido Baldoria, supervisor de Segurança Industrial - Comando de Brigadas, o panorama do mercado brasileiro de agentes extintores não evoluiu o suficiente nos últimos anos. Ele cita, entre os agentes extintores mais utilizados, pó à base de bicarbonato de sódio, gás carbônico e água.  Estes agentes extintores se encontram em locais variados, como indústrias, centros comerciais, hospitais, entre outros. "Não houve grandes mudanças", afirma o especialista. "Continuamos com equipamentos comercializados há décadas. Há uma questão de mercado e preços. Os consumidores, talvez por questão de preço ou desconhecimento técnico, os aceitam".


Fonte: Revista Emergência

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