terça-feira, 7 de janeiro de 2014

REPETITIVIDADE X RISCO - RELAÇÃO EQUIVOCADA


Até hoje não existe uma definição para o termo “repetitividade” que agrade a todos, ou pelo menos a maioria dos profissionais que trabalhem com ergonomia, e nem precisa existir! O termo repetitividade para a ergonomia não quer dizer absolutamente nada. Existe essa grande confusão, pois sempre na ergonomia se relaciona o termo repetitividade com risco, e uma coisa não tem nada a ver com outra. Entenda:

Podemos dizer, por exemplo, que o fato de o sol nascer todos os dias, é uma ação repetitiva, porém com um intervalo de 24 horas, afinal, acontece todos os dias, desde que o mundo é mundo.
Considerando o fato de um trabalhador apertar 3 três parafusos por dia ou apertar 2000 parafusos por dia, podemos afirmar, sem medo de errar, que ambos são repetitivos, pois ele o faz todos os dias, apenas com intervalos diferentes, e ambos podem ou não representar risco, isso vai depender de uma série de fatores, entre eles: tipo de fibra muscular envolvida no movimento, força aplicada, ângulos de aplicação de força, entre vários outros, e mesmo se ignorarmos todas essas variáveis e considerarmos apenas a questão da repetitividade, ainda assim seria impossível determinar, de forma geral, um intervalo seguro, isso só seria possível e de forma aproximada, se considerássemos cada músculo, cada articulação de forma individual, pois se 100 movimentos repetidos para um dedo não representa praticamente nada para a Ergonomia, para a coluna faz uma grande diferença, justamente em função da anatomia, fisiologia e biomecânica das estruturas envolvidas.

Pense nisso!
O objetivo para a ergonomia deveria ser determinar um limiar de risco para movimentos regulares, sem o risco de lesão para tendões, músculos, articulações etc, e não saber se um movimento é repetitivo ou não, o que queremos na verdade, é saber se a quantidade de movimento que esse seguimento, seja um dedo, um ombro, a coluna... está realizando, é passível de gerar lesão, considerando os mecanismos fisiológicos, e isso só será possível, se as estruturas forem consideradas e estudadas de forma individual.

Autor: Diego Pontes Nascimento Fisioterapeuta, Técnico de Segurança do Trabalho e Especialista em Ergonomia.

Fonte: Jornal Segurito

 

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