Até hoje não existe uma
definição para o termo “repetitividade” que agrade a todos, ou pelo menos a
maioria dos profissionais que trabalhem com ergonomia, e nem precisa existir! O
termo repetitividade para a ergonomia não quer dizer absolutamente nada. Existe
essa grande confusão, pois sempre na ergonomia se relaciona o termo
repetitividade com risco, e uma coisa não tem nada a ver com outra. Entenda:
Podemos dizer, por exemplo,
que o fato de o sol nascer todos os dias, é uma ação repetitiva, porém com um
intervalo de 24 horas, afinal, acontece todos os dias, desde que o mundo é
mundo.
Considerando o fato de um trabalhador apertar 3 três parafusos por dia
ou apertar 2000 parafusos por dia, podemos afirmar, sem medo de errar, que
ambos são repetitivos, pois ele o faz todos os dias, apenas com intervalos
diferentes, e ambos podem ou não representar risco, isso vai depender de uma
série de fatores, entre eles: tipo de fibra muscular envolvida no movimento,
força aplicada, ângulos de aplicação de força, entre vários outros, e mesmo se
ignorarmos todas essas variáveis e considerarmos apenas a questão da
repetitividade, ainda assim seria impossível determinar, de forma geral, um
intervalo seguro, isso só seria possível e de forma aproximada, se
considerássemos cada músculo, cada articulação de forma individual, pois se 100
movimentos repetidos para um dedo não representa praticamente nada para a
Ergonomia, para a coluna faz uma grande diferença, justamente em função da
anatomia, fisiologia e biomecânica das estruturas envolvidas.
Pense nisso!
O objetivo para
a ergonomia deveria ser determinar um limiar de risco para movimentos
regulares, sem o risco de lesão para tendões, músculos, articulações etc, e não
saber se um movimento é repetitivo ou não, o que queremos na verdade, é saber
se a quantidade de movimento que esse seguimento, seja um dedo, um ombro, a
coluna... está realizando, é passível de gerar lesão, considerando os
mecanismos fisiológicos, e isso só será possível, se as estruturas forem
consideradas e estudadas de forma individual.
Autor: Diego Pontes
Nascimento Fisioterapeuta, Técnico de Segurança do Trabalho e Especialista em
Ergonomia.
Fonte: Jornal Segurito
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