quinta-feira, 30 de maio de 2013

NEGLIGÊNCIAS GERAM ACIDENTES DE TRABALHO

Os dados sobre acidentes e doenças do trabalho são alarmantes. Mas mais grave ainda é constatar que acidente de trabalho é uma denominação equivocada, pois esconde uma verdade  contundente e fundamental na busca de soluções para o problema: 99% dos casos não são acidentais e ocorrem por negligência das empresas. 

Esta realidade foi mostrada pelo gerente do Ministério do Trabalho em Caxias do Sul, Vanius Corte em sua participação no Seminários “Em Defesa da CLT e Acidentes de Trabalho” ocorrido no auditório do Sindicato no dia 1o de maio sendo parte da agenda de comemorações da entidade pelo Dia do Trabalhador. 

“Esses acidentes não são imprevisíveis e poderiam ser evitados, acidente é fatalidade”, comentou Vanius Corte que trouxe o dado com base na demanda da Superintendência Regional do Trabalho de Caxias do Sul e região, onde ocupa o cargo de chefia.

A situação foi mostrada com o relato dos últimos casos de acidentes de trabalho fatais que aconteceram nos primeiros três meses de 2013 em Caxias do Sul e região. Um deles, foi o caso  ocorrido no dia 30 de março na empresa  Amalcabúrio.

Ele contou que o funcionário, de 35 anos, que atuava como almoxarife na empresa,  se prontificou para realizar o trabalho de limpeza de uma cabine de pintura durante o sábado de Páscoa. O rapaz não sabia como deveria proceder e nem do perigo a que estava exposto.

Ele foi orientado para pegar uma empilhadeira, deram-lhe tiner (produto tóxico e inflamável que remove tinta), uma espátula e jato de água para realizar a limpeza.  

Durante  o trabalho houve uma explosão e o rapaz teve 90% do corpo queimado, falecendo no dia seguinte na UTI do Hospital da Unimed. 

Durante as investigações para averiguação do acidente, constatou-se que a empresa possuía manual de procedimentos para a manutenção da cabine de pintura, onde consta a advertência ao perigo de usar produtos inflamáveis para a limpeza. 

“Isso é um crime e não um acidente. Não nos faltam leis, mas a categoria patronal não as cumpre”, comentou na ocasião Vanius Corte.

O vice-prefeito de Caxias do Sul, Antônio Feldman, que também participou do Seminário denominou de epidemia a realidade demonstrada pelos dados expostos durante o encontro (confira as informações no box). 

Para o presidente em exercício do Sindicato, Leandro Velho a situação é reflexo do descaso da classe patronal com o trabalhador. 

“Para as empresas o que vêm em primeiro lugar é o lucro, seguido da produção. O trabalhador é descartável, enquanto que deveria ser valorizado e cuidado por ser o maior patrimônio dentro de uma empresa”.

Fonte: http://www.metalurgicoscaxias.com.br/index.php/n

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