quarta-feira, 13 de novembro de 2013

REGRAS MAIS RÍGIDAS DE SEGURANÇA PROVOCAM CONFLITO ENTRE INDÚSTRIA E GOVERNO




Com a atualização da Norma Regulamentadora - NR 12 (a qual regulamenta as condições de trabalhão com máquinas e equipamentos), as exigências obrigatórias passaram de 40 para 340 itens exigindo mais dos fabricantes e usuários de máquinas novas e usadas e isso está gerando uma disputa ente industriais e governo federal.
Os industriais buscam através da Confederação Nacional da Indústria - CNI reverter as regras em vigor desde 2010, mas o governo resiste em modificar sua proposta e tem ampliado as punições aos que deixarem de cumprir a referida norma.
Desde que expiraram os prazos exigidos, já houve 9,3 mil autuações e 14,3 mil notificações assinadas pelos fiscais do trabalho, devido descumprimento da norma.
Os industriais alegam que a regra trabalhista não atende as questões econômicas e que se for aplicada imediatamente poderia causar um impacto de 100 bilhões. Segundo Alexandre Furlan (Vice Presidente da CNI), nem a Alemanha que é o país mais avançado em máquinas conseguiriam cumprir tais exigências.
Abrangência

As exigências da NR-12 abrangem desde construção, transporte, montagem e instalação das máquinas até ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte de cada equipamento. São regras para instalações físicas, sistemas de segurança e questões estruturais, como projetos, dispositivos elétricos, físicos, parada emergencial, componentes e ergonomia.
Algumas das exigências dos empresários são: aumento do prazo para o cumprimento da norma para 5 anos e que estas exigências não sejam cobradas sobre maquinários produzidas até 2010. Também querem facilidade e condições de financiamento para adaptações, trocas entre usuários em fabricantes.
"Nosso parque era legal, nunca tivemos um acidente. Mas entramos na ilegalidade e temos que parar a fábrica", diz Carlos Walter Martins, dono da maringaense ZM Bombas e vice-presidente da Federação Industrial do Paraná (Fiep).

O ministério reconhece "dificuldades", admite conceder prazos parciais para adequação e informa que as discussões só devem  terminar no segundo semestre de 2014. Mas insiste na necessidade das regras.
"O parque industrial não estava preparado porque não acompanhou. Dá para adaptar, tem custo, claro, mas não é impossível", diz o coordenador-geral de Normatização e Programas do Ministério do Trabalho, Rinaldo Costa Lima. "Resistimos a dar prazo geral porque cria inércia, não resolve."
Rigor
Segundo os empresários, as exigências são mais rigorosas das aplicadas na Europa e nos Estados Unidos e com isso as exportações serão afetadas devido o encarecimento das máquinas no mercado. "Os preços já subiram 30% por causa disso. E vamos ter problemas nas exportações", diz o engenheiro Lourenço Righetti, consultor de tecnologia da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq).

Fonte:
http://epocanegocios.globo.com

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