O Sinait
(Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho) pressionou e o projeto
que propunha sustar a aplicação da NR 12 foi retirado de tramitação na Câmara dos
Deputados.
O segmento
industrial está pressionando para que as regras da Norma Regulamentadora – NR 12, sobre Segurança no Trabalho em Máquinas e
Equipamentos, atualizadas em 2011, sejam revertidas ou, para que, no mínimo, o
prazo para cumprir todas as exigências seja estendido por mais cinco anos. A NR
tem sete anexos que contemplam setores como padarias, indústria calçadista,
prensas, entre outras.
O lobby empresarial cerca várias frentes, entre elas,
o Congresso Nacional. O Projeto de Decreto Legislativo – PDC 1.389/2013,
apresentado pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) é uma das tentativas.
O teor do PDC, apresentado no dia 5 de novembro, é
sumário: propõe sustar a NR 12, sob a alegação de que os dispositivos exigidos
não condizem com a realidade ou funcionalidade que os produtos devem
apresentar. Além disso, sugere que alguns setores foram abordados em detrimento
de outros e que a norma deveria ser mais genérica, já que não contempla todos
os segmentos industriais.
Retirada do PDC
O Sinait esteve em contato com o gabinete do deputado Arnaldo
Faria de Sá desde o dia em que o PDC foi apresentado, esclarecendo o
parlamentar e sua assessoria que a NR 12 tem o objetivo de proteger
trabalhadores de acidentes com máquinas e equipamentos. Em geral, os acidentes
são graves, com mutilações, especialmente de membros superiores, que causam a
incapacidade total ou parcial para o trabalho.
O trabalho deu resultado positivo, o deputado
apresentou requerimento pedindo a retirada de tramitação do projeto.
Lobby
Os
empresários procuram dar publicidade ao seu descontentamento. No último dia 12,
extensa matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo elenca uma série de
motivos pelos quais a NR 12 deveria ter suas regras revertidas ou o prazo
estendido para o cumprimento das exigências. O impacto financeiro sobre as
empresas e fabricantes de máquinas é o principal motivo alegado. Eles também
reclamam que o número de autuações por parte da fiscalização aumentou depois
que a NR 12 passou a vigorar.
O
outro lado, não explorado, é o de que milhares de máquinas e equipamentos sem
proteção causam milhares de graves acidentes de trabalho, engrossando a
estatística de mais de 700 mil acidentes por ano. O ônus dos acidentes de trabalho
recai, quase sempre, sobre o Estado, que paga os benefícios. Apenas uma pequena
parte dos empresários negligentes é acionada para ressarcir os gastos da União.
Ações regressivas à Previdência Social são propostas pela Advocacia Geral da
União e baseiam-se em laudos e relatórios de análises de acidentes dos
Auditores- Fiscais do Trabalho, que apontam as causas dos acidentes. Nos locais
de trabalho, os Auditores-Fiscais constatam a falta de proteção que ameaça a
segurança dos trabalhadores. A
NR 12 foi atualizada justamente para evitar que isso continue acontecendo.
Matéria relacionada no link: http://seguranca2013.blogspot.com.br/2013/11/deputado-quer-sustar-aplicacao-da-nr-12.html
Matéria relacionada no link: http://seguranca2013.blogspot.com.br/2013/11/deputado-quer-sustar-aplicacao-da-nr-12.html
Fonte:
Revista Norminha
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