O
procurador Philippe Gomes Jardim, à frente da Coordenadoria de Defesa de Meio
Ambiente do Trabalho (Codemat), do Ministério Público do Trabalho (MPT),
detecta uma "visão equivocada" no meio empresarial em relação aos
acidentes. Para ele, antes de pensar no uso de equipamentos de proteção
individual (EPIs), é importante procurar formas de prevenção. Essa é uma
preocupação de campanha lançada pela Coordenadoria, que na quinta-feira (28)
fechou parceria com o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para divulgar a
iniciativa em todas as Varas do Trabalho do país.
"Em
uma escala de atitudes que devem ser tomadas para se prevenir os acidentes de
trabalho, o EPI é o último que deve ser adotado. Antes de tudo vem a gestão e
eliminação de riscos e a adoção de equipamentos de proteção coletiva", diz
o procurador. "Combatemos na nossa atuação diária a utilização do EPI como
se fosse a solução de todos os problemas. É necessária uma análise de todo o
processo produtivo para se eliminar os riscos."
Segundo
ele, mudança de cultura e conscientização são as formas mais eficazes para se
evitar o aumento do número de acidentes. "Há uma visão equivocada de
grande parte do empresariado brasileiro, que considera investimentos no
processo produtivos como se fossem custos e acaba negligenciando as medidas
mais básicas, com graves conseqüências. Eles precisam acreditar que investir em
saúde e segurança não é custo, mas um investimento na vida e em um processo
produtivo que vai render frutos econômicos para o próprio empregador lá na
frente, já que um ambiente de trabalho sadio evita que o trabalhador se ausente
e gera maior produtividade."
Fonte:
Rede Brasil Atual
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