terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O MUNDO DO TRABALHO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Cláudio Scandolara - Juiz do Trabalho

Estamos vivendo o século XXI e, lamentavelmente, sofremos no mundo do trabalho consequências graves, como se estivéssemos no século XVIII. As pessoas naturais criam as pessoas jurídicas, e estas não são ficção jurídica. Sim, ficções na medida em que são incorpóreas em si mesmas, mas não no seu envolvimento com terceiros e com as pessoas que dela fazem parte, para dar-lhe vida e retorno financeiro. Lamentável que os criadores de tais ficções não incutam na direção dessas pessoas jurídicas tais obrigações, como princípios. Pensam apenas em si. Nada contra os lucros, pois elas só existem para esse desiderato, mas a favor de que tenha uma ampla participação no retorno social que possa dar a ela própria mais longevidade e mais dignidade de vida aos que a fazem existir. Temos hoje, no mundo, uma morte a cada 15 segundos por acidente do trabalho. Os números superam 2,5 milhões de mortes anuais. Nunca teremos o número exato, uma vez que muitos não são registrados. No Brasil, as mortes ultrapassam 750 mil anuais. Não sabemos com exatidão a quantidade de acidentes, que quando não matam, deixam inválidos permanente ou temporariamente.

Os empreendedores, por desconhecimento da legislação sobre Medicina e Segurança do Trabalho, ou, muita vezes, por ganância, não propiciam todos os meios necessários e legalmente exigíveis para que as atividades tenham menor risco. Outras vezes, fornecem equipamentos de segurança e não fiscalizam o uso obrigatório. Então, quando por isso são punidos administrativamente, por ação de fiscalização, ou por condenação judicial, as instituições é que sofrem os ataques, sem que eles batam no peito e assumam a parte da culpa que lhes cabe. Cabe uma advertência: zelem e tenham cuidado com o trabalhador. Deem a esse colaborador condições de trabalho seguras e com dignidade. Tenham muito cuidado com os acidentes de trabalho, pois os poderes fiscalizadores e o poder Judiciário estão muito atentos.


Fonte:Jornal do Comércio


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