A profissão
de Técnico de Segurança do Trabalho esconde algumas particularidades
interessantes e importantes. Algumas pedras ser escondem no caminho, pedras
essas que podem nos fazer tropeçar! Estar atento não é opção, é obrigação!
Veja ao
longo do textos os erros mais comuns cometidos no nosso trabalho e aprenda a
fugir deles o mais rápido possível. Antes de mais nada é preciso dizer que o
texto proporciona uma análise profunda a respeito da nossa postura dentro dos
ambientes de trabalho.
1 –
Pensar que sabe tudo
Em se
tratando de segurança do trabalho que tem muita coisa e muita norma interpretativa
uma opinião pode um dar todo nosso ponto de vista.
A área da
segurança do trabalho é tão complexa que não nos permite saber a maioria das
coisas relacionadas a ela.
Vamos
pensar em um Técnico de Farmácia para ilustrar nossa opinião. Se um Técnico de
Farmácia sai de um emprego hoje e entra em outro amanhã provavelmente não terá
dificuldades com o novo trabalho. Os remédios serão praticamente os mesmos, os
procedimentos de trabalho serão os mesmos, o ambiente de trabalho (que é a
farmácia) será praticamente igual ao do emprego anterior. Concluindo, tudo no
novo trabalho será quase o mesmo do trabalho anterior e a dificuldade com o
novo será mínima.
Agora
vamos pensar em um Técnico de Segurança do Trabalho que trabalha em um
hospital. Se o técnico que trabalha em hospital sai do emprego hoje e entra
trabalhando na mesma função em uma mineradora, terá que praticamente reaprender
a profissão. O ambiente hospitalar nada tem a ver com o ambiente de uma
mineradora, tudo que ele tenha aprendido em anos de trabalho não valerá muito
no novo emprego. Assim acontece com vários segmentos de segurança do trabalho,
do que se aprende em um segmento pouco se aproveita em outro.
O grande
segredo do sucesso profissional na carreira de Técnico de Segurança do Trabalho
é estar sempre estudando. Ás normas são alteradas constantemente, e o ambiente
de trabalho por uma simples mudança de layout pode passar a apresentar riscos
diferentes.
Precisamos
estar de olho no site do Ministério do Trabalho e nos grupos e sites que tratam
de segurança do trabalho para saber tudo que está ocorrendo em nossa volta. Um
acidente que ocorreu em uma empresa e vimos através dos sites e grupos pode
virar tema do nosso DDS e de nossas palestras. Casos reais sempre levantam
muita curiosidade. Falar com os funcionários apenas sobre normas não irá
despertar tanto interesse neles. Experimente falar sobre causos e acidentes da
atualidade e terá resultados bem mais expressivos.
2 – Não
cuidar da própria segurança
Na
segurança do trabalho nossa palavra vale pouco ou quase nada! O que vale é
documentação. Nosso trabalho é cercado por muita responsabilidade e nem sempre
a empresa dá o suporte que precisamos para desenvolver nosso trabalho.
Documentar possíveis omissões da empresa é obrigatório a quem não se ver
comprometido com a justiça depois.
Somente
documentar não resolve o problema em alguns casos. Quando a omissão da empresa
for grande é melhor deixar o emprego. É melhor perder o emprego do que a
liberdade”!
3 –
Terceirizar o trabalho que pode fazer
Tem
Técnico de Segurança que terceiriza mesmo quando pode fazer. Por exemplo, se
você tem autorização da empresa para elaborar o PPRA por que não fazer? É claro
que em algumas empresas ter tempo para elaborar tudo o que se pode fazer é bem
complicado. Más, temos que pensar que quanto mais terceirizamos menos controle
temos sobre programas e procedimentos que nos dizem respeito.
Quanto
mais puder fazer pela empresa mais bem visto será, e mais controle terá sobre
seu departamento e as ferramentas que o cercam.
4 – Se
acomodar perante as dificuldades
Pode acontecer
que de tanto lutar para conseguir fazer segurança na empresa e ás vezes em vão,
desistamos de tentar, nos entregando completamente e no máximo entregando EPI…
Tal condição além de gerar risco de responsabilidade em caso de acidente de
trabalho, gera sofrimento, afinal, ninguém se forma no segmento de segurança do
trabalho apenas para entregar EPI.
Precisamos
lembrar que se entregar a situação não resolve o problema! Talvez uma simples
conversa com a direção da empresa possa resolver o problema. Se não resolver,
pare e analise se vale a pena continuar fazendo parte da empresa. Se vale a
pena correr o risco de ver o acidente acontecer por causa de uma condição
insegura, se vale a pena correr o risco de responder solidariamente pelo
acidente juntamente com a empresa que te contratou…
5 –
Aceitar desvio de função
Técnico
de segurança do trabalho tem carga de trabalho definida pela NR 4, item 4.8,
são 8 horas de trabalho por dia em prol de ações prevencionistas na empresa.
Se a
empresa ficar te desviando de função poderá ser multada por isso.
6 – Não
observar a hierarquia da empresa
Precisamos
ter uma visão real a respeito do nosso verdadeiro papel a ser desempenhado, bem
como, de onde devemos nos posicionar na empresa. Não somos os líderes no setor
do funcionário, por isso, não devemos ficar distribuindo broncas a advertências
na empresa. Isso é dever do verdadeiro líder do funcionário, do líder de setor.
7 – Não
conhecer a empresa onde trabalha
É preciso
conhecer as pessoas com quem trabalhamos, ás vezes confiamos em quem não
devemos e quando prestamos atenção já fomos ao chão! As pessoas são a coisa
mais perigosa que existe. Se dar o tempo de conhecer os colegas de trabalho é
fundamental para evitar ser surpreendido depois. Seguindo esse pensamento
devemos lembrar o que está escrito no livro de Jeremias 17:5 “maldito é o homem
que confia no homem”.
Mesmo as
pessoas mais amáveis hoje podem se tornar a pedra no seu sapato amanhã. Esteja
atento e pense o tempo todo “até onde vale a pena confiar em alguém”…
8 – Se
ausentar por muito tempo do chão de fábrica
No chão
de fábrica é onde as coisas acontecem. É claro que precisamos cuidar da parte
documental, más, cuidar dos riscos na fonte é bem mais importante do que
“apenas” os colocá-los no papel.
A palavra
chave nesse sentido é ser dosador! É procurar trabalhar fazendo as coisas na
dose certa e na sequencia certa. É saber dosar o tempo entre chão de fábrica e
serviço documental.
9 – Não
saber se comunicar
Quanto
mencionamos aqui comunicação não nos referimos apenas a comunicação verbal, e
sim, qualquer tipo de comunicação. Na nossa profissão precisamos saber nos
comunicar:
- Por
escrito: É incrível e ás vezes chocante a quantidade de erros que ás vezes encontro
nos comentários dos colegas tanto no site quanto no Facebook. Fico pensando
será que na empresa eles erram da mesma forma? Acredito que sim. Erros
gramaticais normalmente ocorrem com quem lê pouco ou é muito displicente no que
faz.
Não podemos
nos acomodar com a escrita errada! Em tudo que fazemos deixamos nossa marca,
deixamos nossas pegadas, tudo serve como referência do que somos! Precisamos
nos preocupar com o que temos deixado, e com o que aparentamos ser!
-
Verbalmente: Usar gírias ou linguagem de baixo calão mancha a imagem de
qualquer profissional e com o Técnico de Segurança do Trabalho não é diferente.
O profissional que tem nível técnico precisa atuar como profissional de nível
técnico que é. Precisa saber pelo menos o mínimo da linguagem de nosso país
para poder se comunicar, falar erradamente é outra coisa que não podemos nos
admitir.
10 – Não
saber usar as ferramentas que possui
-
Tecnologia: Precisamos e devemos tirar proveito dos avanços tecnológicos que
estão á disposição da nossa geração. Por incrível que pareça tem Técnico de Segurança
do Trabalho que tem dificuldade para enviar um e-mail. Gente, isso é o básico
do básico que precisamos saber!
Precisamos
dominar de forma razoável pelo menos os sistemas que enviam e-mails, e os
programas tipo:
-
Microsoft Word: Usamos esse para fazer PPRA, criar relatórios, fazer Mapa de
Risco, criar procedimentos de segurança para ser entregues aos funcionários,
criar comunicados que podem ser colocados no mural da empresa, criar documentos
de CIPA (atas, processo eleitoral, etc.). Criar lista de presença e cronogramas
de presença.
-
Microsoft Power Point: Para criar treinamentos e apresentações, criar Mapa de
Risco.
-
Microsoft Excel: Criar planilhas de controle de extintores, controle de das de
CIPA, Check list, Mapa de Risco. Criar planilha para ser “colada” no PPRA. Criar
planilha de presença e controle de datas de treinamentos.
- Microsoft
Paint ou Paint Net: Criar ou modificar imagens para serem usa-das em
treinamentos e campanhas de segurança. Fazer Mapa de Risco. Criar materiais
para serem usados em campanhas de segurança.
-
Facebook: O que tem de gente se complicando na empresa por causa de bate papo e
Facebook “não está no gibi (essa é antiga )”. Precisamos saber tirar proveito
das ferramentas e não usá-las para benefício próprio. O que é da empresa é para
uso no trabalho.
11 – Ser
fumante
Como o
Técnico de Segurança do Trabalho sendo fumante terá “moral” para fazer
campanhas Sobre os Efeitos Nocivos e Restrições ao Fumo: Portaria
Interministerial MS/MTb 3.257 de22/09/ 1988.
E mais,
que o cigarro faz mal a saúde todo mundo sabe! Como alguém que faz mal a
própria saúde respiratória por causa do fumo poderá instruir o funcionário a
usar máscara para proteger para preservar a saúde?
Sei que
temos alguns colegas fumantes, más, antes de comentarem me xingando reflitam
sobre esse parágrafo. A intenção não é criticar e sim levar a reflexão, ok?
12 – Ser
alcoólatra ou beberrão
Como o
Técnico de Segurança do Trabalho sendo beberrão terá “moral” para fazer
campanhas Sobre os Efeitos do Uso de Bebidas Alcoólicas no Trabalho – Portaria
Interministerial GSI/ MTE nº 10 de 10/07/2003.
13 – Ter
uma vida sexual promíscua
Como um
Técnico de Segurança do Trabalho com vida sexual promíscua poderá fazer parte
da Campanha Anual de Prevenção da AIDS prevista na NR 5 i-tem 5.16 letra “P”.
Se sua vida sexual é promíscua procure não transparecer isso no trabalho e
cuidado com as DST e AIDS elas são uma realidade mais presente a cada dia que
passa.
14 – Não
saber escutar a opinião dos outros
Ninguém
sabe tudo, e ás vezes basta escutarmos uma opinião de outra pes-soa para
começar a ver um problema por outro anglo de vista!
Sempre
costumo dizer que ás vezes as opiniões mais tolas podem virar joias se forem
analisadas com calma e humildade.
A pessoa
que acha que sabe tudo na verdade não sabe nada. As pessoas mais inteligentes
que conheço são exatamente aquelas que mais interagem e mais estão prontas a
ouvir.
O
profissional inteligente sabe que não sabe tudo, sabe que outra pessoa sabe
coisas que ele não sabe, sabe que ele e outra pessoa juntos saberão muito, sabe
que nunca saberá tudo que pode ser sabido! Fui claro!
15 – Não
cuidar da CIPA
A CIPA é
braço da segurança do trabalho na empresa quem tem uma CIPA que funciona já tem
meio caminho andado para o se sucesso da gestão de segurança do trabalho na
empresa.
Como a
CIPA é formada por funcionários voluntários, ou seja, os funcionários que não
recebem remuneração para ser cipeiro. Por não receberem financeiramente para
fazer parte da CIPA o único combustível que sobre para fazê-los trabalhar se
chama motivação!
Precisamos
aprender a motivar os cipeiros, precisamos cuidar da CIPA, mostrar que eles
cipeiros desempenham um papel importante e são importantes para toda empresa.
Garantir a segurança no ambiente de trabalho é garantir qualidade de vida no
trabalho.
Fonte:
Revista Norminha