quarta-feira, 3 de abril de 2013

MAS REALMENTE TEM CURA?



Chega a me dar calafrios quando escuto trabalhador falando: - Doutor agora não tem mais jeito, peguei LER! Primeiro vamos deixar algo claro, ninguém pega LER. Simplesmente porque LER não é doença. Como assim professor, lá na empresa mesmo tem um monte com LER.


Ok meu filho. Faça-me um favor busque na Classificação Internacional de Doenças – CID o número da doença LER. Não se preocupe que eu espero. Pensando bem, acho melhor não, porque senão vou ter de esperar a vida toda. Muitas pessoas têm o hábito de generalizar o termo para todas as doenças relacionadas a problemas ergonômicos. Na verdade, a LER do colaborador pode ser uma Sindrome de Quervain, uma Tendinite do Supraespinhoso, uma Epicondilite Lateral ou uma manjada Síndrome do Túnel do Carpo, dentre outras. Ou seja, as doenças têm nomes e sintomas específicos, LER é apenas um nome genérico. 

Mas, na verdade, eu queria falar sobre outro assunto. 

Há um entendimento errado sobre a gravidade das doenças relacionadas a problemas ergonômicos. Uma falsa crença de que depois que “pegou” tal doença, já era, para sempre terá a companhia da “mardita”. 

Vamos pensar melhor neste ponto. Boa parte das doenças ocupacionais relacionadas a ergonomia inadequada são decorrentes de problemas biomecânicos, ou seja, um esforço excessivo, postura inadequada ou repetição que gera uma inflamação e a consequente restrição de realizar algumas atividades. 

Tudo bem até ai? Mas você realmente acredita que com todo o avanço da medicina, não se tem solução para inflamações em tendões, músculos e similares?  

Tá bom professor, então me diga aí: porque tem tanta gente doente? 

São tantos os motivos que dá para fazer uma lista, vejamos alguns destes motivos abaixo:
 
- O primeiro motivo é bem óbvio, por medo de perder o emprego parte dos trabalhadores só iniciam a procura do médico e do conseqüente tratamento quando a doença está muito avançada. Temos também alguns trabalhadores
que têm simplesmente medo de ir ao médico; 

- Muitos trabalhadores não concluem o tratamento, quando percebem que a dor diminuiu simplesmente param o tratamento facilitando uma reincidência mais grave; 

- Assim como temos alguns profissionais de segurança desqualificados, também temos no mercado, profissionais da área de saúde sem conhecimento suficiente para realizar um diagnóstico correto e consequente tratamento;

- Os trabalhadores retornam as atividades laborais sem estarem totalmente curados;

- Além disso, ainda que esteja totalmente curado, mas retorne para o posto de trabalho com os mesmo problemas ergonômicos em curto prazo apresentará a mesma doença; Ou seja, o problema não é bem a gravidade da doença, mas a forma como empresa, segurança do trabalho, medicina ocupacional, INSS e o próprio trabalhador administram o problema.


Fonte: Jornal Segurito


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