Chega a me dar
calafrios quando escuto trabalhador falando: - Doutor agora não tem mais jeito,
peguei LER! Primeiro vamos deixar algo claro, ninguém pega LER. Simplesmente
porque LER não é doença. Como assim professor, lá na empresa mesmo tem
um monte com LER.
Ok meu filho. Faça-me
um favor busque na Classificação Internacional de Doenças – CID o número da
doença LER. Não se preocupe que eu espero. Pensando bem, acho melhor não, porque
senão vou ter de esperar a vida toda. Muitas pessoas têm o
hábito de generalizar o termo para todas as doenças relacionadas a problemas
ergonômicos. Na verdade, a LER do colaborador pode ser uma Sindrome de
Quervain, uma Tendinite do Supraespinhoso, uma Epicondilite Lateral ou uma
manjada Síndrome do Túnel do Carpo, dentre outras. Ou seja, as doenças têm
nomes e sintomas específicos, LER é apenas um nome genérico.
Mas, na verdade,
eu queria falar sobre outro assunto.
Há um entendimento errado sobre a
gravidade das doenças relacionadas a problemas ergonômicos. Uma falsa crença de
que depois que “pegou” tal doença, já era, para sempre terá a companhia da “mardita”.
Vamos pensar melhor neste ponto. Boa parte das doenças ocupacionais
relacionadas a ergonomia inadequada
são decorrentes de problemas biomecânicos, ou seja, um esforço excessivo,
postura inadequada ou repetição que gera uma inflamação e a consequente
restrição de realizar algumas atividades.
Tudo bem até ai? Mas você realmente
acredita que com todo o avanço da medicina, não se tem solução para inflamações
em tendões, músculos e similares?
Tá bom professor, então me diga aí: porque
tem tanta gente doente?
São tantos os motivos que dá para fazer uma lista,
vejamos alguns destes motivos abaixo:
- O primeiro motivo é
bem óbvio, por medo de perder o emprego parte dos trabalhadores só iniciam a
procura do médico e do conseqüente tratamento quando a doença está muito avançada.
Temos também alguns trabalhadores
que têm simplesmente
medo de ir ao médico;
- Muitos trabalhadores não concluem o tratamento, quando
percebem que a dor diminuiu simplesmente param o tratamento facilitando uma
reincidência mais grave;
- Assim como temos alguns profissionais de segurança
desqualificados, também temos no mercado, profissionais da área de saúde sem conhecimento
suficiente para realizar um diagnóstico correto e consequente tratamento;
- Os trabalhadores
retornam as atividades laborais sem estarem totalmente curados;
- Além disso, ainda
que esteja totalmente curado, mas retorne para o posto de trabalho com os mesmo
problemas ergonômicos em curto prazo apresentará a mesma doença; Ou seja, o
problema não é bem a gravidade da doença, mas a forma como empresa, segurança do
trabalho, medicina ocupacional, INSS e o próprio trabalhador administram o
problema.
Fonte: Jornal
Segurito
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