terça-feira, 5 de maio de 2015

PIRACICABA REGISTRA 25 ACIDENTES DE TRABALHO POR DIA NO 1º TRIMESTRE DO ANO

Piracicaba SP registrou 2.295 acidentes de trabalho no primeiro semestre de 2015. O índice equivale a 25 acidentes por dia entre os meses de janeiro e março. Os números representam queda de 17,6% se comparado ao total de casos no mesmo período do ano passado, com 2.788 ocorrências. Os dados foram divulgados pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) da cidade.

A diminuição do número de acidentes deste ano não representa, necessariamente, uma boa notícia, já que, segundo a coordenadora do Cerest, Clarice Bragantini, essa queda pode estar associada à crise econômica da indústria. "Muitas empresas estão demitindo, isso reflete no número de serviços executados e, claro, no de funcionários que podem sofrer acidentes", disse.

Ela também atribui a redução dos acidentes à maior adequação das grandes empresas aos parâmetros de segurança e aos programas de prevenção.

De acordo com o órgão, no topo do ranking, o ramo de maior incidência de acidentes de trabalho foi o de metalurgia, com 550 registros. Na sequência, vem o setor do comércio que somou 311 casos, seguido da área da construção civil, com 290 acidentes computados.

Ainda segundo levantamento do Cerest, dos 2.295 acidentes de trabalho registrados na cidade, 1.898 foram leves, 342 moderados e 55 graves. Ainda segundo Clarice, cerca de 60% dos casos são contusões ou ferimentos causados por impactos com objetos.

De acordo com o professor Antônio de Pádua Salmeron Ayres, coordenador do Curso de Gestão da Produção Industrial da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), duas condições devem ser consideradas para que a prevenção de acidentes de trabalho seja efetiva.

Um delas, segundo ele, parte da empresa com orientações aos funcionários no sentido treiná-los sobre procedimentos adequados, bem como o uso correto de equipamentos de proteção individual (EPI), além da melhoria das condições de trabalho.

A segunda relaciona-se diretamente às atitudes dos empregados. "Convivo com profissionais da área de metalurgia há cerca de 40 anos e o que percebo é que, muitas vezes, eles são relapsos e não utilizam os EPI´s corretamente", contou.

De acordo com Ayres, mais da metade dos acidentes de trabalho se dão por algum tipo de falha, muitas vezes humana. "Eles são provocados, na maioria da vezes, por negligência dos profissionais que se expõem à condições perigosas por atitudes inseguras", afirmou.

O Cerest rebate o posicionamento do especialista. Para o órgão, essa é "uma visão retrograda", afirmou.


Fonte: G1

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