Piracicaba SP registrou
2.295 acidentes de trabalho no primeiro semestre de 2015. O índice equivale a
25 acidentes por dia entre os meses de janeiro e março. Os números representam
queda de 17,6% se comparado ao total de casos no mesmo período do ano passado,
com 2.788 ocorrências. Os dados foram divulgados pelo Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador (Cerest) da cidade.
A diminuição do número de
acidentes deste ano não representa, necessariamente, uma boa notícia, já que,
segundo a coordenadora do Cerest, Clarice Bragantini, essa queda pode estar
associada à crise econômica da indústria. "Muitas empresas estão
demitindo, isso reflete no número de serviços executados e, claro, no de
funcionários que podem sofrer acidentes", disse.
Ela também atribui a redução
dos acidentes à maior adequação das grandes empresas aos parâmetros de
segurança e aos programas de prevenção.
De acordo com o órgão, no
topo do ranking, o ramo de maior incidência de acidentes de trabalho foi o de
metalurgia, com 550 registros. Na sequência, vem o setor do comércio que somou
311 casos, seguido da área da construção civil, com 290 acidentes computados.
Ainda segundo levantamento
do Cerest, dos 2.295 acidentes de trabalho registrados na cidade, 1.898 foram
leves, 342 moderados e 55 graves. Ainda segundo Clarice, cerca de 60% dos casos
são contusões ou ferimentos causados por impactos com objetos.
De acordo com o professor
Antônio de Pádua Salmeron Ayres, coordenador do Curso de Gestão da Produção
Industrial da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), duas condições
devem ser consideradas para que a prevenção de acidentes de trabalho seja
efetiva.
Um delas, segundo ele, parte
da empresa com orientações aos funcionários no sentido treiná-los sobre
procedimentos adequados, bem como o uso correto de equipamentos de proteção
individual (EPI), além da melhoria das condições de trabalho.
A segunda relaciona-se
diretamente às atitudes dos empregados. "Convivo com profissionais da área
de metalurgia há cerca de 40 anos e o que percebo é que, muitas vezes, eles são
relapsos e não utilizam os EPI´s corretamente", contou.
De acordo com Ayres, mais da
metade dos acidentes de trabalho se dão por algum tipo de falha, muitas vezes
humana. "Eles são provocados, na maioria da vezes, por negligência dos
profissionais que se expõem à condições perigosas por atitudes inseguras",
afirmou.
O Cerest rebate o
posicionamento do especialista. Para o órgão, essa é "uma visão
retrograda", afirmou.
Fonte: G1
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