Utilizar da fala ou do canto é o ganha-pão de 25%
da população economicamente ativa. Veja quais sintomas denunciam problemas
vocais.
O uso contínuo e inadequado da voz no ambiente de
trabalho pode causar uma doença chamada disfonia ocupacional. Diretamente
associada às condições laborais e hábitos nocivos como pigarrear, tossir com
força, falar alto ou gritar e falar demais sem dar repouso para a voz, os
sintomas podem, em muitos casos, afetar não só a fala como o bem-estar físico e
psicológico do profissional.
Além de um dos elos mais importantes na comunicação
entre os seres humanos, a voz é o principal instrumento de trabalho de uma em
cada quatro pessoas no mundo. Os profissionais da voz podem ser de dois tipos:
os da voz falada – como consultores, professores, advogados, pastores,
operadores de telemarketing, vendedores e profissionais de saúde – e da voz
cantada – como cantores profissionais, amadores e de canto coral.
“Apesar de ser essencial em nossas vidas e no nosso
trabalho, a voz geralmente não recebe a merecida atenção, fazendo com que a
maioria das pessoas só procure auxílio profissional na ocorrência de um
problema maior ou quando o indivíduo fica impedido de se comunicar
adequadamente”, ressalta Marciéle Corrêa, fonoaudióloga da Clínica Vita, de
Francisco Beltrão.
Por isso a disfonia é reconhecida pelo Ministério
da Saúde como doença ocupacional. Seus sintomas mais comuns são a rouquidão,
cansaço vocal, dificuldade para projetar a voz, desconforto ou esforço para
falar, voz monótona, garganta seca, dor na garganta, dificuldade para engolir,
pigarro, gosto ácido e/ou amargo na boca e voz instável. A presença de um ou
mais desses sinais por período maior que 15 dias indica a necessidade de se
buscar a ajuda de um fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista. “Lembrando que se
deve evitar a automedicação, não fazendo uso de sprays e pastilhas”, completa
Marciéle.
Fatores de risco
Mas atenção somente aos sintomas não basta para se
manter uma voz saudável. Há fatores de risco, como fumar e beber, que são muito
prejudiciais à saúde vocal. Alguns podem ser evitados ou suprimidos no próprio
ambiente de trabalho, como o uso em demasia do ar-condicionado. Outros são de
ordem pessoal, como uso de drogas inaladas ou injetadas, alergias, alimentação
inadequada e falta de repouso adequado.
“A prevenção é o principal meio para se evitar
problemas vocais, embora sejam raros os profissionais que procuram a terapia
fonoaudiológica antes de se estabelecer um problema. A procura tardia por
tratamento pode já levar o sujeito direto a conduta cirúrgica, enquanto a busca
imediata pode fazer com que muitos casos melhorem apenas com a terapia vocal”,
afirma a especialista.
Segundo ela, é primordial que haja conscientização
da importância da prevenção, da mudança de hábitos e correta profilaxia com a
voz, além da orientação sobre uma boa saúde vocal. “Esta inclui boa hidratação,
evitar irritantes, como o tabagismo ativo ou passivo, poeira e diminuição da
atividade vocal em quadros de infecções das vias aéreas superiores”, complementa.
Fonte: jornaldebeltrao
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