Infelizmente
mais uma vez em pleno início de ano nos abalamos por um grave acidente, desta
vez ocorrida no navio plataforma FPSO Cidade de São Mateus no Espírito Santo,
operado pela BW Offshore e afretado pela Petrobras. Segundo a ANP, 74 pessoas
estavam no navio-plataforma no momento do acidente, seis pessoas foram
encontradas mortas, 03 estão desaparecidos e 26 ficaram feridas e levadas para
hospitais.
Neste
acidente entre os mortos está o Técnico de Segurança do Trabalho, Luiz Cláudio
Nogueira, formado em enfermagem pela UERN, Curso de formação de técnico de
segurança do trabalho pelo CEFET em 1998.
Costumeiramente
estamos sempre lamentando a morte dos trabalhadores que por falhas na prevenção
possam vir a óbito. Não é comum, até por sermos os que realizam a prevenção de
acidentes do trabalho nos ambientes laborais, sermos vítimas desses acidentes,
contudo, o ocorrido nos serve para reflexão de que não somos super-heróis, anjos
da guarda, tão pouco imunes aos acidentes do trabalho e, neste caso, se
perguntem e respondam: “quem cuida do cuidador?”.
Claro que o pior
acidente é, sem dúvida, aquele que nos leva ao óbito e a perda de nossas
capacidades motoras, seja por amputamentos ou paralisias, mas, no dia a dia, a
nossa profissão é, indubitavelmente, uma das que mais recebe o Assédio Moral.
Quantas e quantas vezes o Técnico de Segurança não se viu acuado entre sua
ética profissional e os desmandos de uma chefia irresponsável com a integridade
alheia?
Temos que lamentar
também o posicionamento do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do
Espírito Santo (CREA-ES), que após o acidente vai notificar a empresa, que,
embora esteja registrada no conselho, possui algumas inconformidades,
destacando não possuir a listagem do corpo técnico responsável por operar os
serviços no navio; não indicar o responsável técnico por cada serviço que é
executado; e não emitiu as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) de cargo
e função, documento que comprova quem é responsável técnico pelo serviço e
discrimina todo o trabalho que é executado por esse profissional. Além disso,
segundo o conselho, não foi constatado o pagamento das anuidades de 2014 por
parte da empresa.
Após todo desastre e
vidas perdidas, toda preocupação é com os valores não arrecadados; será que se
todas as ARTs estivessem recolhidas evitariam o acidente? Acredito que toda
preocupação deveria estar focada para o que aconteceu, a fim de evitarmos
outros acidentes, ou seja, deveriam estar preocupados com as famílias e nem uma
nota de pesar foi emitida por este órgão.
Assim, nós do
SINTESP, reproduzimos trechos da nota emitida por Alfredo Luiz da Costa,
diretor do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho do Rio Grande do
Norte, que expressa bem nossos sentimentos, a saber:
Por: Marcos Antonio de Almeida Ribeiro
Presidente do SINTESP (Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho do
Estado de São Paulo)
Fonte: Revista Norminha
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