No Dia Mundial da Saúde e
Segurança do Trabalho, comemorado no próximo dia 28, o Sesi no Paraná alerta
para uma questão que muitas vezes passa despercebida pelas empresas: o custo
que o presenteísmo – e não apenas o absenteísmo - acarreta no que diz respeito
às questões de segurança e saúde no trabalho. No caso do absenteísmo, o
funcionário falta ao trabalho devido a doenças ou acidentes laborais, levando
as organizações a gerenciarem o afastamento com a finalidade de identificar as
principais causas e prover medidas para reduzir os riscos eminentes. Já,
identificar o presenteísmo, é um desafio muito maior. O termo designa a
condição em que a pessoa comparece ao ambiente laboral, porém, realiza as
atividades de um modo não produtivo, sem um bom desempenho, devido a problemas
físicos e/ou mentais relacionados ao ambiente de trabalho. “Se por um lado a
ausência do trabalhador provoca transtornos para a reorganização do processo
produtivo e custos operacionais, em função do impacto no Fator Acidentário
Previdenciário (FAP), por outro lado, a presença física do funcionário no
trabalho não garante que ele esteja, de fato, 'presente' no ritmo de produção
da empresa. Este comportamento ocasiona, na prática, custos tão significativos
às empresas quanto o absenteísmo, além de ser muito mais difícil de mensurar.
Além disso, o presenteísmo é um forte indício de que a empresa pode vir a ter
graves problemas no futuro, levando-a a precisar rever e alinhar suas ações de
melhoria de qualidade de vida urgentemente”, ressalta Ademir Silva, gerente de
Qualidade de Vida do Sesi no Paraná.
Segundo Ademir, o
presenteísmo tem origem em diversos fatores e é fruto da instabilidade das
relações de trabalho. Entre elas, as taxas de desemprego elevadas, a
reestruturação dos sistemas produtivos nos setores públicos e privados e a
redução dos benefícios. Essa insegurança, aliada ao estilo de vida inadequado
do funcionário (inatividade física, má alimentação, tabagismo, consumo elevado
de bebidas alcoólicas), à sua percepção pessoal da vida (insatisfação com a
vida, estresse elevado, clima organizacional desfavorável), e à situação
clínica de saúde (pressão elevada, colesterol elevado, obesidade, diabetes),
são os fatores que mais influenciam para o desenvolvimento do presenteísmo.
“Aos poucos, as empresas estão percebendo que o fato do funcionário estar
presente no local de trabalho, mas completamente alheio e descompromissado com
a tarefa que está executando, além da probabilidade de estar física e
mentalmente doente, se torna oneroso e perigoso para a empresa tanto quanto o
fato de ele ter se ausentado”, reforça Ademir.
Dados levantados pelo Sesi
por meio Sistema de Avaliação do Estilo de Vida e Produtividade, implantado em
2011, indicou expressivo contingente de trabalhadores com a presença de
indicadores de absenteísmo e de presenteísmo no estado. Os levantamentos
demonstraram que as faltas ao trabalho por motivo de saúde foram relatadas por
uma proporção “relativamente” pequena de trabalhadores (17,9%). Por outro lado,
a presença de dores e desconforto na realização de tarefas laborais foi
referida por aproximadamente 51,4% dos trabalhadores e, 16,6%, destes afirmaram
que esta condição os afetou em, pelo menos, três dos últimos 30 dias de
trabalho.
Minimizando os impactos
Mapear os casos que se
enquadram ou poderiam vir a se tornar situações de presenteísmo é o primeiro
passo para as empresas começarem a desenvolver ações que possam acompanhar e
minimizar os impactos causados por ele. O Sistema de Avaliação do Estilo de
Vida e Produtividade, ferramenta criada pelo Sesi em âmbito nacional em 2010, e
já aplicado em aproximadamente 500 empresas do estado, resultando em cerca de
100 mil diagnósticos, tem colaborado para que as empresas realizem intervenções
coerentes com a realidade e com as necessidades que apontam, no que diz
respeito a temas relacionados à Qualidade de Vida, entre eles, o presenteísmo.
As empresas são convidadas
pelo Sesi a aplicar um questionário de diagnóstico, em uma amostra mínima de
trabalhadores, de forma gratuita. Após a aplicação, o sistema emite um
relatório com o perfil de estilo de vida dos trabalhadores, por meio de 12
indicadores, entre eles, falta de vontade de trabalhar, falta de disposição,
dificuldade para se concentrar e dores e desconforto, que caracterizam o
presenteísmo. Todos os levantamentos são referidos pelo trabalhador de forma
anônima e os resultados apresentados refletem a situação da empresa, de acordo
com o grupo avaliado.
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