Doença silenciosa afeta
pessoas de todas idades, a partir dos 18, deixando propensas a acidentes
O dia 20 de outubro marca
uma data que serve de alerta a todas as pessoas e também às empresas. É o dia
mundial da Osteoporose, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo dados da própria organização, a doença, que é assintomática, pode
acometer qualquer pessoa a partir dos 18 anos (apesar de estar relacionada a
idades mais avançadas), é uma dos principais responsáveis pelos acidentes e de
afastamento temporário do trabalho.
Dados do Anuário Estatístico
da Previdência Social, divulgado pelo Ministério da Previdência Social, mostram
que foram registrados, oficialmente, no País em 2014, quase 718 mil acidentes
de trabalho. Oficialmente, porque o levantamento reflete apenas parte da
realidade nacional de mortes e acidentes relacionados ao trabalho, uma vez que
considera somente o universo de 47,4 milhões de trabalhadores com carteira
assinada, o que corresponde a 49,2% da população economicamente ativa, de
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Como as estatísticas
consideram apenas alguns agentes como motivadores de acidentes (incêndio, explosão,
queimadura, acidentes com máquinas, ferramentas e equipamentos, quedas etc) a
Osteoporose pode estar por traz de um de cada quatro acidentes ou afastamento
de trabalhador. Isso representa mais de 200 mil afastamentos anuais, motivados
por uma doença silenciosa e invisível.
Para o médico Marco Antonio
Rocha Loures, presidente da Sociedade Paranaense de Reumatologia (SPR), a
situação é preocupante e os empresários precisam ficar alerta. "As fases
iniciais da perda óssea são assintomáticas. O primeiro sinal deste "ladrão
silencioso" é frequentemente uma fratura do pulso ou dores na coluna
vertebral. Muitas pessoas não chegam a ser diagnosticadas com osteoporose nesta
fase e, por isso, perdem a oportunidade de fazerem um tratamento vital e
educação de prevenção, que poderiam reduzir, mais tarde, a ocorrência de
fraturas".
Os dados do Anuário
Estatístico da Previdência Social corroboram a preocupação do reumatologista.
Do total de acidentes de trabalho, as fraturas de punho e mão representaram
6,99%, as lesões no ombro (21,08%), inflamação nas articulações (13,85%),
inflamação dos tendões (6,93%) e a dor nas costas (5,02%). As principais
consequências destes acidentes de trabalho foram incapacidades temporárias com
menos de 15 dias, 43,5% do total de afastamentos registrados.
"Como não se sabe que
os ossos estão mais frágeis, os trabalhadores acabam sofrendo acidentes mais
facilmente, ficando mais tempo afastados do trabalho e comprometendo o
desempenho profissional", diz Rocha Loures. O especialista recomenda que
as empresas mantenham, junto à Comissão Interna de Prevenção e Acidentes
(Cipa), programas de prevenção visando a saúde de seus funcionários. "Pessoas
que tem características mais propicias às doenças precisam de uma atenção
maior, até para se evitar que venham a ter osteoporose".
Apesar da doença atingir
homens e mulheres de todas as raças e praticamente em todas as idades, ter
corpo magro e/ou pequeno, ser de raça caucasiana ou asiática merece maior
atenção. "Associado a isso, há os fatores agravantes, como o tabagismo,
ingestão excessiva de cafeína e álcool, ou uso excessivo ou prolongado de
medicações como os glicocorticoides orais. Se você tem funcionários que se
encaixam neste perfil, precisa ficar atento", orienta Rocha Loures.
Segundo o presidente da SPR,
grupos de atenção à saúde, formados dentro da empresa podem ajudar estes
trabalhadores e terem uma dieta equilibrada, rica em cálcio e em vitamina D,
promover encontros regulares para se fazer exercícios de fortalecimento, ter um
estilo de vida saudável, sem tabagismo ou uso excessivo de álcool, podem ver a
lista de medicamentos dos funcionários, para observar se algum se utiliza de
glicocorticoides. "Além disso, estes grupos internos, que são fáceis de
serem organizados e custam pouco, podem ajudar a manter um ambiente envolvente
para identificação de obstáculos que possam aumentar o risco de quedas ou
pequenos acidentes".
Fonte: http://www.bonde.com.br/